sexta-feira, 1 de janeiro de 2016

Quem é São Longino?






Mais conhecido como São Longuinho, Longino viveu no século I, segundo historiadores, seu nome era Gaius Cassius , era soldado romano e acompanhou como espectador a condenação de Jesus, pagão, não conhecia a Cristo e se fazia neutro quanto as leis dos Judeus. Provavelmente, como todo romano, acreditava nos deuses pagãos que era lá cultuado.

Soldado de baixa estatura que servia na alta corte de Roma antes de ser destacado para servir em Israel. Servindo na corte de Roma, ele vivia nas festas dos romanos. Por causa de sua baixa estatura, ele conseguia ver tudo o que se passava por baixo das mesas. Com isso ele achava vários pertences das pessoas e sempre devolvia os achados para seus donos.

Em terra estrangeira, estava acostumado a crucificar, prender, e, se preciso matar todos os que transgredisse a lei. Porém Deus lhe reserva algo a mais, tinha em mira o coração de Cássio (Longino), recebeu ordem de controlar a multidão na crucificação de um tal Jesus de Nazaré, encontro esse que mudou sua vida.

Ele tinha um grave problema ocular, não se sabe qual, mas a maior cegueira dele era a espiritual.

Um relato da Beata Anna Catharina Emmerich, que em visão recebeu as revelações da vida de Jesus mostra em detalhes como tudo aconteceu.:

"(...) Abenadar, tornado novo homem, salvo pela graça e tendo rendido publicamente homenagem ao Filho de Deus, não quis ficar mais tempo a serviço dos inimigos de Cristo. Dirigiu-se a cavalo ao oficial subalterno, Cássio, também chamado Longinus, apeou-se, apanhou a lança e entregou-lha; disse algumas palavras aos soldados e a Cássio, que então montou a cavalo e tomou o comando.


(...) Durante todo esse tempo reinava silêncio e tristeza sobre o Gólgota. O povo assustado dispersara-se, indo esconder-se em casa. A Mãe de Jesus e João, Madalena, Maria, filha de Cleofas e Salomé estavam, em pé ou sentados, em frente à cruz, com as cabeças veladas, chorando. Alguns soldados estavam sentados no barranco, com as lanças fincadas no chão. Cássio, a cavalo, ia de um lado para outro. Os soldados conversavam do alto do Calvário com outros que estavam mais em baixo. O céu estava nublado e toda a natureza parecia abatida e de luto. Vieram então seis carrascos, subindo o monte Cal vário; trouxeram escadas, pás e cordas, como também pesadas maças de ferro de três gumes, para esmagar as pernas dos executados...


Os carrascos ainda pareciam duvidar da morte do Senhor e os parentes de Jesus estavam ainda mais assustados, pela brutalidade com que haviam procedido e com medo de que pudessem voltar. Mas Cássio, oficial subalterno, homem de 25 anos, ativo e um pouco precipitado, cuja vista curta e cujos olhos tortos, juntamente com os ares de importância que se dava, provocavam freqüentemente a troça dos subordinados, recebeu de repente uma inspiração sobrenatural. A crueldade e vil brutalidade dos carrascos, o medo das santas mulheres e um impulso repentino, causado por uma graça divina, fizeram-no cumprir uma profecia. Ajustando a lança, que trazia em geral dobrada e encurtada, firmou-lhe a ponta e virando o cavalo, esporeou-o para subir o cume, onde estava a cruz e onde o cavalo quase não podia virar; vi como o afastou da fenda do rochedo. Parando assim entre a cruz do bom ladrão e a de Jesus, ao lado direito do corpo de Nosso Salvador, tomou a lança com ambas as mãos e introduziu-a com tal força no lado direito do Santo Corpo, através das entranhas e do coração, que a ponta da lança saiu um pouco do lado esquerdo, abrindo uma pequena ferida. Quando tirou depois com força a santa lança, brotou da larga chaga do lado direito do Redentor um rio de sangue e água que, caindo, banhou o rosto de Cássio, como uma onda de salvação e graça. Ele saltou do cavalo e, prostrando-se de joelhos, bateu no peito e confessou a fé em Jesus em alta voz, diante de todos os presentes.



A Santíssima Virgem e os outros, cujos olhos estavam sempre fixos no Salvador, viram a súbita ação do oficial com grande angústia e acompanharam o golpe da lança com um grito de dor, precipitando-se para a cruz. Maria caiu nos braços das amigas, como se a lança lhe tivesse transpassado o próprio coração e sentisse o ferro cortante atravessá-Io de lado a lado. Cássio, caindo de joelhos, louvava a Deus, pois, iluminado pela graça, ficou crendo e também os olhos do corpo se lhe curaram e desde então via tudo claro e distinto. Mas ao mesmo tempo ficaram todos profundamente comovidos à vista do sangue que, misturado com água, se juntara, espumante, numa cavidade da rocha, ao pé da cruz; Cássio, Maria Santíssima, as santas mulheres e João apanharam o sangue e a água em tigelas, guardando-o depois em frascos e enxugando-o da rocha com panos.


Cássio estava como que transformado; tinha recobrado a vista perfeita e profundamente comovido, curvava-se diante de Deus, com coração humilde. Os soldados presentes, tocados pelo milagre que se operara nele, prostraram-se de joelhos, batiam no peito e louvavam a Jesus. O sangue e a água corriam abundantemente da larga chaga do lado direito do Salvador, sobre a rocha limpa, onde se juntaram; apanharam-no, com indizível comoção e as lágrimas de Maria e Madalena misturavam-se. Os carrascos, que nesse ínterim tinham recebido a ordem de Pilatos de não tocar no corpo de Jesus, que doara a José de Arimatéia, para o sepultar, não voltaram mais. A lança de Cássio, constava de várias peças, que eram ajustadas uma sobre a outra; quando dobrada, parecia apenas um bastão, de pouco comprimento. A parte de ferro que feria, tinha a forma de pêra achatada; quando se queria servir da lança, enfiava-se-Ihe a ponta e abriam-se em baixo duas lâminas de ferro, curvas e movediças. Tudo Isso se passou em redor da cruz de Jesus, logo depois das quatro horas...

Os soldados reuniram-se àqueles que ocupavam a porta que dava para o Monte Calvário; Cássio seguiu para o palácio de Pilatos, levando a lança e relatou-lhe tudo que acontecera, prometendo também lhe dar notícias exatas de tudo quanto ainda sucedesse, se o mandasse acompanhar a guarda do sepulcro, a qual os judeus, segundo fora informado, viriam requerer-lhe. Pilatos escutou todas as informações com um oculto terror, tratou-o, porém, como fanático e com nojo e medo supersticioso da lança que Cássio trouxera consigo, mandou-lhe que a levasse para fora da sala."

Cássio (São Longinus) no Sepulcro, testemunha da Ressurreição
Anna Catharina Emmerich continua:"Ao chegar, certificaram-se da presença do corpo, amarraram uma corda à porta do túmulo, dessa corda fizeram passar uma segunda à pedra, selando essas cordas com um selo semilunar. Depois voltaram à cidade e os guardas sentaram-se defronte da porta exterior do sepulcro. Ficavam alternadamente cinco ou seis homens, indo de vez em quando alguns à cidade, para buscar víveres. Cássio, porém, não deixou o posto; permanecia em pé ou sentado, no fosso em frente à entrada da gruta, de modo que podia ver o lado do túmulo fechado, onde repousavam os pés do Senhor. Recebeu grandes graças interiores e a inteligência intuitiva de muitos mistérios; como não estivesse acostumado a tais estados sobrenaturais, ficava, a maior parte do tempo dessa iluminação espiritual, como que embriagado, inconsciente das coisas exteriores. Foi nesse tempo que se converteu inteiramente, tornando-se novo homem; passou o dia em atos de arrependimento, ação de graças e adoração.

Vi a alma de Jesus aparecer, com grande esplendor, entre dois Anjos de figura guerreira, (os Anjos que eu via dantes tinham figura sacerdotal), rodeado de muitas outras figuras luminosas; passando por cima através do rochedo do sepulcro, desceu sobre o santo corpo, como se se inclinasse para ele e com ele se fundisse. Então vi os membros se lhe moverem nos invólucros e o corpo vivo, e resplandecente do Senhor, unido à alma e à divindade, sair, ao lado das mortalhas, como se saísse da chaga do lado. Esta visão me recordou Eva, que saiu do lado de Adão. Tudo estava cheio de luz e esplendor. Nesse momento vi, na minha contemplação, a aparição de uma forma monstruosa, que dos infernos subiu, por baixo do túmulo. Levantou raivosamente a cauda de serpente e a cabeça de dragão contra o Senhor. Além disso, como ainda me recordo, tinha uma cabeça humana. Vi, porém, na mão do Redentor ressuscitado um belo bastão branco e sobre este uma bandeira desfraldada. O Senhor pisou a cabeça do dragão e bateu três vezes com o bastão na cauda da serpente; vi-a encolher-se cada vez mais e afinal desaparecer; a cabeça do dragão foi pisada e esmagada na terra e só a cabeça humana lhe ficou ainda. Tenho tido essa visão já por diversas vezes na contemplação da ressurreição e vi também uma serpente semelhante, espreitando à hora da conceição de Nosso Senhor. A forma dessa serpente lembra-me sempre a serpente do paraíso, mas, era ainda mais hedionda. Penso que essa visão se referia à promissão: "A semente da mulher esmagará a cabeça da serpente." Parecia-me um símbolo da vitória sobre a morte; pois enquanto Jesus esmagou a cabeça do dragão, não vi mais o sepulcro, mas vi o Senhor passar resplandecente através do rochedo. Tremeu a terra, um Anjo em figura de guerreiro desceu do céu ao sepulcro, como um relâmpago, levantou a pedra para o lado direito e sentou-se-Ihe em cima. Foi talo tremor de terra, que as lanternas oscilavam e as chamas saiam por todos os lados. A vista disso, caíram por terra os guardas, como que atordoados e jaziam como mortos, com os membros tortos. Cássio viu tudo cheio de luz e esplendor; mas recobrando ânimo, aproximou-se resolutamente do túmulo, abriu um pouco as portas, examinou as mortalhas vazias e afastou-se, para ir relatar a Pilatos o que acontecera. Mas ainda se demorou um pouco na proximidade, esperando que sucedesse mais alguma coisa; pois vira só o terremoto, o Anjo que num instante levantara a pedra e se lhe sentara em cima, o túmulo vazio, mas não vira Jesus. Como também os guardas, foi Cássio um dos primeiros que deram notícia do sucedido aos Apóstolos.


(...) Cássio, porém, depois de sair do sepulcro, demorara-se algum tempo nos arredores, esperando ver Jesus ou que este aparecesse talvez às mulheres, que se aproximavam; dirigiu-se depois apressadamente à porta da cidade, para levar notícias a Pilatos e passando perto das santas mulheres, contou-Ihes em poucas palavras o que vira, exortando-as a que fossem verificá-Io com os próprios olhos. (...) No entretanto chegara Cássio ao palácio de Pilatos, cerca de uma hora depois da ressurreição. Vi o governador deitado no leito e Cássio apresentar-se-Ihe e relatar-lhe, muito comovido, como o rochedo tremera e um Anjo descera do céu, removendo a pedra e as mortalhas ficaram vazias. Jesus era com certeza o Messias e o Filho de Deus; ressuscitara e não estava.mais no sepulcro. Ainda contou outras coisas que vira. Pilatos ouviu tudo com um oculto terror, mas não deixou perceber nada e disse a Cássio: "És um sonhador; fizeste muito mal em colocar-te junto do sepulcro do Galileu; pois os deuses dEle conquistaram poder sobre ti e fizeram-te ver todas essas visões fantásticas. Dou-te o conselho de não falar dessas coisas ao sumo Sacerdote, senão te meterás em maus lençóis." Fingiu também crer que o corpo de Jesus fosse roubado pelos discípulos e que a guarda descrevesse o sucedido de modo diferente apenas para se desculpar, porque havia permitido o roubo ou porque não cumprira com o dever ou talvez porque tivesse sido enfeitiçada. Tendo Pilatos falado ainda mais tempo dessa maneira indecisa, despediu-se Cássio e o governador mandou novamente oferecer sacrifícios aos ídolos..."






Renunciando à sua condição de militar do império de César, foi instruído pelos apóstolos (não há relatos de que estava presente em Pentecostes) e partiu para levar o Santo Evangelho para as populações da Cesaréia e da Capadócia, onde foi responsável pela conversão de muitas ovelhas ao rebanho de Cristo, durante 28 anos de vida apostólica.

Foi aprisionado pelo Governador provincial romano, que queria obrigá-lo a fazer os sacrifícios protocolares aos deuses pagãos romanos. Longino recusou-se. O Imperador mandou então que sua língua fosse cortada e que quebrassem seus dentes. Por obra de Deus, depois de sofrer tudo isso, Longino ainda era capaz de falar e ,em um ato de desafio inumano, quebrou os ídolos do templo em que estava dizendo:

– Veremos se são realmente deuses!

Demônios teriam saído dos ídolos e entrado no corpo do Governador, que começou a gemer e latir. São Longino os interpelou:

– Por que vivem dentro dos ídolos?

Ao qual responderam:

– Nossa habitação é onde não se fala o nome de Cristo e nem se faz o seu sinal.

Depois disso, Longino se dirigiu ao Governador, enlouquecido, latindo e cego e falou ao seu espírito:

– Se não me matares, não serás curado. Logo assim que eu receber a morte de tuas mãos, rezarei e conseguirei para ti a saúde do corpo e da alma.

Assim foi feito. São Longino foi decapitado por ordem do Governador. Este prosternou-se em lágrimas e fez penitência, recuperando de imediato a saúde. Arrependido, o Governador, até o fim de sua vida, praticou as boas obras.



UM ACRÉSCIMO
Outras fontes afirmam que Pilatos deu ordens para jogar a cabeça do mártir em um monte de lixo fora dos muros da cidade. Depois de algum tempo, certa viúva cega da Capadócia chegou a Jerusalém com o filho para orar nos lugares sagrados e para pedir que sua visão fosse restaurada. Depois de ficar cega, ela procurou a ajuda de médicos para curá-la, mas todos os seus esforços foram em vão.
O filho da mulher adoeceu pouco depois de chegar a Jerusalém e morreu alguns dias depois. A viúva sofreu pela perda do filho, que servira de guia.
São Longino apareceu para ela em um sonho e a confortou. Ele disse a ela que ela veria seu filho na glória celestial e também receberia sua visão. Ele disse a ela para sair das muralhas da cidade e lá ela encontraria sua cabeça em uma grande pilha de lixo. Guias levaram a mulher cega para o monte de lixo, e ela começou a cavar com as mãos. Tão logo tocou a cabeça do mártir, a mulher recebeu sua visão e glorificou a Deus e a São Longino.
Pegando a cabeça, ela trouxe para o lugar onde estava e lavou. Na noite seguinte, Saint Longinus apareceu para ela novamente, desta vez com seu filho. Eles foram cercados por uma luz brilhante, e São Longino disse: “Mulher, eis o filho por quem lamentas. Veja que glória e honra são dele agora e seja consolado. Deus o numerou com aqueles em Seu Reino celestial. Agora pegue minha cabeça e o corpo de seu filho e enterre-os no mesmo caixão. Não chore pelo seu filho, pois ele se regozijará para sempre em grande glória e felicidade. ”
A mulher cumpriu as instruções do santo e voltou para sua casa na Capadócia. Ali ela enterrou seu filho e a cabeça de São Longino. Uma vez, ela havia sido dominada pela dor por seu filho, mas seu choro se transformou em alegria quando o viu com São Longino. Ela procurou curar seus olhos e também recebeu cura de sua alma.
São Longuinho foi canonizado pelo Papa Silvestre II, quase mil anos depois, no ano de 999. O processo de canonização já tinha caminhado bastante conforme os trâmites exigidos pela Igreja. Porém, vários documentos que faziam parte do processo, ficaram perdidos ao longo de anos. Então, o Papa pediu a intercessão do próprio São Longuinho para que o ajudasse a encontrar os documentos perdidos. E aconteceu que, pouco tempo depois, os documentos foram encontrados e a canonização aconteceu conforme a lei da Igreja manda que seja.

São Longino (do latim Longinus) ou Longuinho, como é popularmente conhecido, é um santo não-canônico da Igreja Católica.
Provavelmente, pelo fato de o nome ser derivado do grego e significar "uma lança".

No Brasil e na Espanha, comemora-se a festa litúrgica de São Longino no dia 15 de março. A paz de Deus para todos. Salve a Santa Mãe de Deus.


REFERÊNCIAS
VARAZZE, Jacopo. Legenda Áurea: Vida de Santos. Cia. das Letras, 2006, p. 296.
http://oca.org/saints/lives/2013/10/16/102980-martyr-longinus-the-centurion-who-stood-at-the-cross-of-the-lord





 São Longino
 Rogai por Nós!!!

FONTES:

http://www.cruzterrasanta.com.br/historia/sao-longuinho
http://www.amormariano.com.br/wp-content/uploads/AnnaCatharinaEmmerichVidaPaixaoGlorifica%C3%A7%C3%A3oCordeiro.pdf
http://ocatequista.com.br/archives/9372#sthash.gMspGln7.dpuf